
Meu papel
Data
Product Design, No-code dev, Branding, Social Media, Liderança
Abr - Dez 2025
Ferramentas utilizadas
Tipo de projeto
Figjam, Figma, Framer, Notion, Maze, Surveymonkey, Zeroheight
Projeto real feito em ambiente acadêmico em parceria com empresas.
Ficando por dentro do projeto.
O Projeto Capacitando em Tecnologia se iniciou no início do ano de 2023, a ideia é realizar oficinas gratuitas sobre diversas áreas da tecnologia da informação com a finalidade de democratizar o acesso ao conhecimento de informática. Fui convidado por eles para realizar uma mudança completa na visão de design como um todo.
Para conhecer a fundo o projeto, decidi realizar uma reunião inicial com os stakeholders do projeto para conhecer as tarefas, frustações, motivações e objetivos de negócio/usuários, além de obter alguns insights sobre o projeto como um todo.
Ao final da extensa reunião, como resultado, pude conhecer melhor a equipe, definir os objetivos, priorizar o que deve ser feito primeiro e obter as primeiras referências visuais para exploração.
O que ficou acordado?
O projeto é extenso, então, decidimos dividir o projeto em três marcos:
O marco inicial
Por que o aprendizado de quem mais precisa termina em duas horas?
Aprofundando nos objetivos
Objetivos do negócio:
Melhorar a avaliação acadêmica do projeto com o comitê avaliador da UERJ
Obter maior influência para propor parcerias futuras
Objetivos dos usuários:
Consolidar o pleno entendimento visual para usuários com alguma deficiência
Permitir o acesso definitivo dos alunos aos materiais das aulas
Manter o engajamento dos usuários nas redes sociais do projeto para conseguir novos alunos.
(desk research)
O ponto final das oficinas
Fomos entender por que o aprendizado não continua. Fizemos uma pesquisa completa com reclamações de usuários, analfabetismo digital e desigualdade social no Brasil e no Mundo.
Ficou claro, não é por falta de vontade, é por falta de estrutura. Entendemos que a exclusão digital no Brasil ainda atinge fortemente públicos periféricos, 1 a cada 5 brasileiros não possui acesso adequado à internet ou dispositivos. Esses insights mostraram que a solução precisava ser mais que funcional, precisava ser intuitiva, leve e acolhedora.
(análise de competidores)
Quem ja tenta resolver? Onde eles falham?
Para entender o que realmente funciona e não funciona, fomos para a análise de semelhantes: ONGs, instituições sociais, sites educacionais gratuitos… precisamos entender não só o design, mas as escolhas que essas equipes fizeram ao construir suas experiências, além de avaliar a aplicabilidade ao público-alvo do projeto.
Como resultado, chegamos a seguinte conclusão: Plataformas já existem. Mas pra quem? Sites cheios de boas intenções que não funcionam na prática. Querem ensinar inclusão digital com layout pensado pra quem já tá incluso.
Conteúdos bloqueados
Isso cria uma espécie de "muro invisível" entre o projeto e os potenciais estudantes.
(survey)
Garantir acesso nao basta para aprender
Aprofundando em questões relacionadas a acessibilidade e analfabetismo digital levantadas na desk research, também buscamos entender onde os usuários acessam conteúdo educacional, que dificuldades encontraram e o que esperam de uma plataforma feita pra apoiar seus estudos.
Como resultado, entendemos que redes sociais, sim. Estudar on-line? A maioria nunca fez. Mas toparia, se fosse simples. Com esses dados na mão, temos uma visão real de quem a gente quer alcançar. Porque inclusão, nesse caso, começa ouvindo. E simplificar não é reduzir: é respeitar o ponto de partida das pessoas.
Exigência do mercado de trabalho é o principal motivo para o buscar capacitação.
100% Dos usuários relatam dificuldade para estudar on-line. Falta de interação e distrações são os principais obstáculos
"Complicado, a falta de alfabetização digital de outros usuários dificulta na interação".
Relato de um usuário ao ser perguntado sobre como foi sua experiência ao tentar estudar pela internet
(definindo)
Pavimentando o caminho
Após a fase de pesquisa, obtivemos diversas informações relevantes, com isso, realizamos uma segunda reunião para mostrar os resultados da pesquisas, exibir as possíveis oportunidades e fazer a priorização de features para o projeto do site.
(Tirando as ideias do papel)
Primeiras ideias surgindo
Iniciando a fase de ideação, começamos a realizar brainstorms criativos, montamos um moodboard e fizemos os primeiros rascunhos.
O marco Estrutural
Vamos colocar o projeto pra rolar e coletar o feedback dos alunos e instrutores.


(Prototipagem)
A tela final e so a materializacao da ideia inicial: acesso para todos.
(testes de usabilidade)
Reafirmando o compromisso com a simplicidade
A primeira sessão de testes é de extrema importância para medir o sucesso de aceitação do site. Por isso, aplicamos um teste de 5 segundos junto dos alunos durantes as oficinas para avaliar como eles descreveriam o site e também se eles estavam conseguindo encontrar onde os materiais das oficinas seriam baixados. Ao todo, conseguimos uma quantidade superior a 30 respostas. O que é maior que a média de alunos das oficinas (entre 15 a 20)
As respostas sobre para quem o site parecia ser feito oscilaram entre "jovens" e "qualquer pessoa". Esse contraste mostra que o site passa uma sensação de inclusão ampla.
89% dos usuários
Relataram que se sentiriam confortáveis explorando outras seções.
Somente 40% dos usuários
acharam o botão “Acessar materiais”. Esse dado é crucial e deve ser visto.
Visto que grande parte dos alunos não conseguiram encontrar o botão de "baixar materiais" em poucos segundos, refizemos a organização da página inicial para destacar essa jornada e aplicamos um novo teste de preferência. O resultado foi extremamente positivo.
(desenvolvimento no code)
Do Figma ao Framer: Desenvolvendo a plataforma web
Ao terminar a identidade visual juntamente do protótipo do site no Figma, tivemos uma nova reunião para registrar todos os avanços e planejar a plataforma no-code que seria utilizada no desenvolvimento. Mapeamos aspectos fundamentais como se a plataforma possui plano universitário, manutenção, hospedagem, uso de código anexado, entre outros.
Com isso, optamos pelo Framer, que, com o plano estudantil nos permite anexar códigos de bibliotecas de acessibilidade do Governo como o VLibras.
(documentação de design)
Para garantir o andamento do processo no futuro, iniciamos a documentacao.
Em todo projeto que faço parte, sempre priorizo a organização de arquivos e camadas. Com isso, foi possível iniciar a documentação do Design System na plataforma Zeroheight rapidamente. Essa é uma demanda contínua que, posteriormente, com o aumento da equipe, será mantido.
O marco final
Preparando o terreno para os próximos designers
(Organizando uma equipe)
Com o ambiente estavel, chegou a hora de expandir os horizontes
Temos uma identidade visual definida e um site funcionando perfeitamente. Com isso, chegou a hora de ampliar e buscar aumentar o engajamento nas redes sociais. Mas para isso, precisamos criar, de fato, uma equipe de mídias e design.
Por ser referência no assunto, visto que ganhei diversos prêmios e reconhecimentos agregando design ao curso de Ciência da Computação, junto com o coordenador adjunto do projeto, realizamos a estruturação do formulário para novos membros, além da divulgação. Ao todo, recrutamos 5 estudantes, sendo que a distribuição inicial ficou da seguinte forma:
1x
2x

2x

(Criando um ambiente de design)
Preparando o onboarding dos novos membros
Para facilitar a adaptação dos membros novos, diferentemente de quando eu entrei no projeto, agora, pude ajudar a estruturar o ambiente no Notion com todas as informações necessárias para a equipe.
No geral, todas as equipes possuem suas respectivas agendas contendo suas tarefas e seus prazos, além de tutoriais e materiais completos de design, ferramentas e de como usar o nosso agente de inteligência artificial para gerar textos seguindo o tom de voz do projeto.
Para a equipe de fotografia, temos todos os presets utilizados para cara cada tipo de foto, instruções completas de como fotografar antes, durante e depois da oficina, além dos processos documentados.
Para a equipe de desenvolvimento, integramos, além do painel de demandas, um backlog de tickets, onde todos os membros do projeto podem abrir um ticket com uma sugestão/correção/melhoria para os sistemas.
Para a equipe de mídia, possuímos um cronograma detalhado de postagens, que, futuramente, tentaremos integrar diretamente ao Instagram, para atualizar automaticamente.
(Exercendo lideranca)
Preparando os novos membros para o futuro
Esse projeto exigiu ao máximo da minha capacidade de organizar e liderar, infelizmente, só pude participar durante 8 meses, pois em dezembro ocorreu minha formatura, portanto, precisei preparar os novos membros para manter todo o trabalho que foi feito, realizando mentorias individuais e coletivas com as equipes, além de workshops práticos para cada membro novo se conhecer.
Resultados &
Aprendizados
(Resultados)
Voltando nos objetivos
Recapitulando nossos objetivos, podemos chegar as seguintes conclusões:
Obter maior influência para propor parcerias futuras: Conseguimos uma parceria fundamental com uma nova Nave do Conhecimento, dessa vez, em Campo Grande, um local novo, maior, com mais recursos e com um público maior.
Consolidar o pleno entendimento visual para usuários com alguma deficiência: Ao realizar o teste de usabilidade com os alunos, todos os que possuem alguma condição especial alegaram ser possível utilizar o website e ver notícias com tranquilidade.
Manter o engajamento dos usuários nas redes sociais do projeto para conseguir novos alunos: Graças ao calendário de postagens, brainstorms de ideias e o aumento da equipe, tivemos um aumento significativo em nosso engajamento, nesses 8 meses, aumentamos em 500% nosso engajamento geral.
Melhorar a avaliação acadêmica do projeto com o comitê avaliador da UERJ: As avaliações são fornecidas a cada ano. A nossa previsão é que na próxima avaliação (Fevereiro 2026), vamos conseguir atingir a maior nota.
Permitir o acesso definitivo dos alunos aos materiais das aulas: Todo ambiente digital está pronto para a inclusão dos materiais, aos poucos os instrutores estão finalizando as revisões dos materiais e publicando na plataforma.
(Aprendizados)
O que eu aprendi no final?
Acessibilidade não é checklist. É sobre entender que design precisa ser orientado, porque simplificar não é reduzir. É respeitar o ponto de partida das pessoas.
Este projeto foi minha introdução pessoal ao mundo do design de produtos, minha expertise prévia em design gráfico, mídias sociais e motion me ajudou muito.
Ao final, aprendi que boas intenções não bastam. Sites "para inclusão" muitas vezes excluem. A diferença está em ouvir primeiro, desenhar depois.
(Próximos Passos)
O que vem agora?
Com a nova equipe bem estruturada, uma nova identidade visual e com o site a todo vapor. Acredito que o Capacitando em Tecnologia vai continuar agregando valor para a sociedade, agora recebendo a atenção que merecem. Uma vasta quantidade de ideias para atualizações futuras tanto nas redes sociais, quanto no site já estão mapeadas e tenho certeza que a equipe dará conta do recado.



























